A loja Frilux abriu ao público na década de 1950, na Rua João Afonso, em Santarém. Vendia sobretudo electrodomésticos, artigos de decoração ou para uso doméstico. Mais tarde, Manuel Torgal, o dono da casa, estendeu o negócio à venda de discos e a outros produtos associados ao mundo do som.
Com apenas 18 anos, ainda estudante, Helena Sousa e Silva chegou à empresa em Janeiro de 1980. Foi o seu primeiro emprego, já após a mudança da Frilux para as novas instalações, na Rua Serpa Pinto, também no centro histórico de Santarém.
“Era um verdadeiro ponto de encontro”, recorda Helena, que diz sentir “muitas saudades” dos clientes habituais que “visitavam a loja todos os dias”. O auge da afluência acontecia semanalmente, no final das tardes de quinta-feira, quando chegavam as novidades vindas de Lisboa: “mal nos deixavam abrir as caixas dos discos".
Para além da também habitual azáfama natalícia, Helena lembra ainda alguns “emigrantes que nos visitavam religiosamente, em Agosto, para comprarem discos, alguns mesmo para serem usados em estações de radio”, que emitiam nos países onde se encontravam radicados.
Em 1987, Helena tornou-se proprietária da loja, que seria mais tarde rebaptizada como Helis. Ao longo dos anos 1980, mas sobretudo durante a década de 1990, testemunhou “uma mudança gradual” e a alteração das preferências dos clientes, com a passagem do formato de discos em vinil para o suporte em CD, então uma novidade recente no mercado nacional.
A chegada dos primeiros hipermercados a Santarém, a partir da década de 1990, ressentiu-se nas vendas na loja: “deram-nos cabo do sistema”, lamenta com alguma mágoa. A Helis fecharia definitivamente as portas em 1997. CQ
Foto da colecção de Helena Sousa e Silva, Natal de 1980
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