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A Capela da Misericórdia do Carvoeiro, em Mação, vista por José Raimundo Noras
16-10-2015

O historiador e investigador José Raimundo Noras, natural de Santarém, tem vindo a dedicar-se ao património de Mação. Ligações familiares levaram-no ao concelho mais a Norte do distrito de Santarém. Fica um primeiro texto sobre um modesto templo, edificado na pequena localidade do Carvoeiro, no decorrer do século XVI. Abandonada há muito, e sem prática de culto, o historiador deixa o apelo para a necessidade de restaurar esta capela, cuja história ainda não foi totalmente escrita.

#A Capela da Misericórdia do Carvoeiro: resgatar memórias e desafiar futuro

A convite do professor Mário Tropa, na sessão do “à Conversa com...”, de 29 de maio, no Centro Cultural Elvino Pereira, em Mação, foi-nos dada oportunidade de trazer a debate as memórias e os desafios de futuro que envolvem o antigo templo da Misericórdia do Carvoeiro.

Nos últimos tempos, entre outras vozes, Tó Zé Cardoso na página o “Acervo de Mação” e João Pequito (em recente crónica no Voz da Minha Terra)  têm, com a acutilância que caracteriza a sua intervenção cidadã, chamado à atenção para o tema, na defesa de um futuro restauro e de nova utilização do espaço. Agora, trazemos ao leitor uma breve abordagem da investigação preliminar desenvolvida, resultante da revisão da bibliografia existente.  

Conforme o Dicionário Geográfico de Portugual (“Memórias Paroquiais”) a Misericórdia do Carvoeiro foi fundada pelo religioso Jorge Fernandes, do “hábito de São Pedro”, em 1590. O retábulo deste templo é de produção posterior, remete para o século XVII. A Capela tem assumido diferentes designações. É conhecida como Capela da Santa Casa da  Misericórdia do Carvoeiro (ou da Nossa Senhora da Misericórdia), contudo, também por via da iconografia do retábulo, assume-se como Capela de Nossa Senhora da Visitação do Carvoeiro.

A entrada no Inventário Artístico de Portugal, redigida por  Matos Sequeira foi a primeira abordagem deste templo. Os historiadores Amélia Horta Pereira e Vítor Serrão trataram o tema, mais recentemente. «(…) O conjunto retabular mantém a estrutura de marcenaria lavrada, em dois andares cingidos por pilastras, de capitéis jónicos no principal, e integrando sete pinturas sobre modelos do Maneirismo por oficina regionalista informada por modelo do Maneirismo italo-flamengo. Pese a inépcia do desenho do artista (…) ele segue modelos de gravuras correntes, desde Cornelius Cort na Visitação do andar superior, e mesmo fontes mais anacrónicas, como Albercht Dürer  (no Jesus no Horto e Beijos de Judas, segundo as xilogravuras da Pequena Paixão de 1511) (...)» - explica-nos Vítor Serrão. Não existem dúvidas sobre a identificação das cenas representadas nos principais painéis. O painel da epístola havia sido confundido com cena da “Ressurreição” por Sequeira, mas trata da “Agonia de Cristo no Horto”. Nos três painéis da  predela, com base nos mesmos modelos, encontramos “São Jorge e o Dragão” , muito provavelmente “São Pedro e São Jerónimo”, e duas figuras cujo mau estado não permite a identificação correta. A ausência do tímpano no coroamento do retábulo, bem como as formas diversas de colocação dos pináculos, reforçam a hipótese da transferência do conjunto de outra origem para esta capela, possivelmente, ainda durante o século XVII.

Em 1759, a referência das “Memórias Paroquiais” faz alusão aos rendimentos da corporação, bem como à existência de um “hospital” (ou albergaria) cujo espaço não se conseguiu identificar. O fim desta Misericórdia tem sido associado à supressão do Concelho do Carvoeiro. Graças aos bons préstimos da Dra. Leonor Lopes, do Arquivo Distrital de Santarém, conseguimos localizar o processo de extinção da irmandade. Por alvará do Governo Civil de Santarém, a Misericórdia do Carvoeiro foi extinta a 8 de Junho de 1872, vinte anos após o desaparecimento do concelho. Do inventário realizado, sabemos que nos concelhos de Mação e de Vila de Rei, os bens da corporação totalizavam 897145 reis, entre bens fundiários, tesouraria e algum mobiliário. O último provedor foi João Pedro Curado. Todos os bens foram entregues, “provisoriamente” à então Junta de Paróquia. Desconhece-se o processo que viria a integrar a Capela da Visitação do Carvoeiro na Misericórdia de Mação. Todavia, no inventário republicano de 1911, esta já não pertencia à Igreja.

«O mau estado das pinturas, designadamente da prelada direita (…), impõe uma intervenção de restauro a curto prazo. (...) - sustentou Vítor Serrão em 1996. Na verdade, «como se sabe, são raros os conjuntos retabulares que subsistem íntegros, no distrito de Santarém, antes da fase barroca.» Os desafios são claros: intervenção de restauro; nova utilização religiosa e formas de fruição cultural do templo; e a valorização patrimonial do conjunto edificado e retabular. Tal como nos ensina o Eclesiastes: “para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que deseja debaixo do céu”. Deixamos para trás o “tempo de destruir”. Agora, é “tempo de edificar”. Se houve “tempo para atirar pedras”, no Carvoeiro, hoje é bem “tempo de as juntar”. José Raimundo Noras

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