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Em defesa de um cineteatro: memórias com soluções para o Teatro Rosa Damasceno (I)
19-09-2016

José Raimundo Noras regressa a um tema sensível para a memória colectiva de Santarém.

“Então quando teremos Rosa Damasceno?”, perguntam-me à boca pequena na venda de postais antigos junto à repartição de finanças. Mais ao fim da tarde, na ourivesaria, relato dilemas de um movimento em construção. “Parece que em Santarém nunca nos unimos, mas andamos sempre à procura de quem foi o culpado”, diz-me a simpática lojista.

Assim seja, faço eu um mea culpa. Por certo, nas minhas deambulações investigativas não soube incluir todos e todas por igual que tempo e trabalho dedicaram a esta causa. Sem recuarmos no tempo, aos arautos promotores do teatro, falemos de Martinho da Silva e da sua posição de honra no Club de Santarém. Falemos do próprio Club, o qual durante alguns anos foi mantendo um cinema agonizante. Falemos das campanhas promovidas por Margarida Gabriel e pelos “Amigos do Teatro Rosa Damasceno”. Falemos das batalhas sociais, políticas e jurídicas da Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Santarém (AEDPHCS), lembrando todos, nas pessoas dos dirigentes Maria Emília Pacheco, Vasco Serrano, Gonçalo Mendonça entre tantos que a memória já me trai. Falemos da Ação Popular, de um grupo de cidadãos atentos, tendo como primeiro subscritor o Coronel Garcia Correia, e juridicamente conduzida pelos ilustres advogados João Correia e Ana Correia. Falemos da petição pública dinamizada por Pedro Oliveira e Lúcia Sigalho. Recordemos as palestras do Centro Cultural promovidas por Graça Morgadinho e a equipa dessa coletividade. Falemos de José Fernando Gomes provando que o cinematógrafo fez por ali uma estreia inusitada. Falemos de Tiago Soares Lopes, Diana Silva na produção do Mapa de Arquitetura, de Amílcar Pinto e no estudo do Teatro na economia local. Falemos de José Manuel Fernandes, sempre disposto a dar a cara pela causa. Recordemos o recente prémio no concurso de Lego do jovem Afonso Gomes, provando que os mais novos vão sendo despertos para a questão. Falemos de todos, sem os nomear, que ainda há meses abdicaram do seu tempo para a construção de um movimento social sobre o assunto. Nunca esqueçamos a mensagem de Pedro Barreiro, porque um teatro não é apenas um edifício. Falemos da imprensa periódica local, com O Correio do Ribatejo à cabeça, O Ribatejo, O Mirante e a Agência Lusa sempre dispostos a colocar o assunto na agenda mediática e, naturalmente, o espaço Eu Gosto De Santarém.

No elencar deste rol de vontades, por certo esquecemos muitos nomes dignos de registo, ligados à defesa do velho e do novo Teatro Rosa Damasceno. Provavelmente, todos os que me leiam sentem-se irados na defesa de um cineteatro — palavra que mudou de nome, isto é de grafia — só pode ser feita pela cidade como um todo, como conjunto da vontade. Deixemos o elencar de memórias. Assumo as desculpas a quem não nomeei. Porém, de fora não podem ficar os Grupos de Teatro, o Centro Cultural e o Círculo Cultural, os mesmos que nos idos anos 70 reclamavam pela gestão partilhada do espaço: por “mais teatro” que alternasse com “bom cinema”, para além dos blockbusters. Faço o mea culpa de não ter ido ao seu encontro.

Não esqueçamos e entidade proprietária. A defesa deste espaço não pode ser contra alguém ou alguma coisa. Não aceito os métodos, nem o estilo, não posso aceitar a destruição sem pejo de ruínas ancestrais e de uma casa centenária sem pestanejar, mas não nos move nenhum azedume. Entenda a empresa detentora do imóvel este texto como, se ainda fosse fumador, um “cachimbo da paz”. Carlos Rodrigues e, tantos outros, expressaram a vontade de antes de morrer querer voltar ao teatro. O meu filho Bernardo acabado de nascer gostava de ir lá ao cinema. Um Teatro Rosa Damasceno a funcionar é do interesse de todos nós, e dos donos em primeiro lugar.

Por fim, desenganem-se os néscios. Podemos arranjar vontades, reunir apoios, conseguir os dinheiros necessários. Será sempre preciso “sair da zona de conforto”, para depois de tudo isso manter uma sala de espetáculos viva. Um pouco por todo o país os cineteatros definharam, porque o cinema consome-se, grosso modo, em casa e nas grandes superfícies comerciais (mau grado, o esforço hercúleo dos cineclubes). Aqui chegados, deixo a minha possível solução para que fiquem claras as “profissões de fé à partida”. Outras soluções haverá e urge debatê-las. 

Sempre entendi que o Teatro Rosa Damasceno deve ser preservado como sala de espetáculos, consentânea com outras valências culturais. Não me repugna a sua utilização comercial de nessa lógica, imaginemos uma “Fnac” ou algo semelhante em Santarém. Não existe uma boa loja de discos na cidade, nem loja de cinema. Não tenho posições dogmáticas sobre o que preservar, nem como preservar. Recordemos que o Teatro já foi diferente.

Todos somos chamados para partilhar vontades. Soube nas páginas de O Mirante da intenção da edilidade, expressa pelo Presidente Ricardo Gonçalves, em Assembleia Municipal, de intentar negociação do espaço por troca de outros imóveis. A intenção é de saudar, considerando que reflete um olhar diferente sobre o problema (por exemplo, em relação à polémica não-gestão do assunto pelo anterior executivo).

A crónica vai longa e deveres familiares me chamam, se hoje ficámos pelas memórias, em breve prometemos reflexão sobre possíveis soluções. José Raimundo Noras/Setembro de 2016

Foto do arquitecto José Manuel Fernandes, Outono de 1981.

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