Paulo Baptista criou um invulgar presépio a partir de um pedaço de cortiça com a forma de Portugal, onde aplicou pequenas figuras que recriaram todo um cenário onde a Sagrada Família ocupa o habitual lugar de destaque.
Não é normal encontrar um presépio para pendurar na parede. Com cerca de um metro de comprimento e 40 centímetros de largura, a peça encontra-se em exposição - e também à venda - no centro histórico de Santarém, na Rua Serpa Pinto, na loja A Arte e as Coisas, aberta ao público desde 2010.
A original obra nasceu da imaginação de Paulo Baptista, 51 anos, nascido em Vila Franca de Xira, mas criado desde um ano de idade na Portela das Padeiras, perto de Santarém.
O pedaço de cortiça foi recolhido no Verão de 2016, num pequeno monte localizado na zona conhecida como Alto do Bexiga, nos arredores de Santarém. “Estava em muito bom estado”, recorda. Na altura, limitou-se a levar a cortiça para casa, onde ficou guardada na garagem. “A ideia inicial nem era montar um presépio, mas reparei logo que tinha uma forma muito parecida com o mapa de Portugal”, acrescenta. “Com um pequeno toquezinho”, adaptou a cortiça à silhueta do país.
Alguns meses mais tarde, “como estou sempre a pensar em fazer coisas diferentes”, o aproximar da quadra do Natal, acabou por trazer a inspiração para construir um presépio com uma disposição vertical, que “nunca tinha visto, nem tinha conhecimento se existiria algo do género”, lembra.
Tomada a decisão de criar um presépio, Paulo tratou a cortiça com um produto que evitasse o surgimento de pragas como o caruncho da madeira, e utilizou ainda um verniz que ajudou a conservação da casca do sobreiro.
“Estudei a peça e identifiquei primeiro o local onde poderia colocar o nascimento”, relembra o artesão. Aplicou depois cerca de 60 pequenas figuras, com cerca de cinco centímetros, feitas em resina, compradas uns anos antes em Lisboa. “Não foram colocadas à toa, estão distribuídas como eu queria, mas acrescentei ainda uns pequenos arbustos e cogumelos ao longo do presépio”, aponta ainda.
Para criar “uma ilusão óptica que desse a ideia de que as figuras se estão a mexer”, Paulo acrescentou um jogo de luzes a todo o presépio. Ilumina e realça pormenores do cenário: “tentei que houvesse alguma elegância para quem vê”, confessa.
Há venda desde a altura da sua criação, o presépio vertical de Paulo Baptista aguarda ainda por um cliente interessado em levar para casa uma obra única que tem chamado a atenção de “muitas pessoas que se mostram maravilhadas”, realça o artesão.
Texto: Carlos Quintino
Fotos : Nelson Monteiro Magalhães
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