Há uma nova exposição de rua no centro histórico de Santarém para recordar a memória do pujante comércio de outros tempos.
O Município de Santarém apresentou a primeira edição do projeto 'Vamos ver as montras' no Centro Histórico no dia 2 de Dezembro. Na capa do folheto que acompanha a exposição, encontra-se uma foto atual do centro histórico, escolhida neste mesmo site, da autoria de César Garcia, um dos nossos colaboradores.
A exposição incide sobre as montras situadas na Praça Sá da Bandeira, na Rua Capelo & Ivens, Rua Serpa Pinto, Rua João Afonso, Rua Guilherme de Azevedo e Rua Dr. Teixeira Guedes, onde em cada montra das lojas aderentes estão fotografias antigas do mesmo espaço, atividades comerciais que se realizavam no centro da cidade alusivas ao século XX e também recortes com anúncios publicados em jornais locais sobre estas casas.
A expressão "vamos ver as montras" ainda hoje usada por algumas camadas da população, traduz memórias e vivências de outros tempos que são retratadas nas imagens tornadas públicas nestes espaços.
Segundo Nuno Domingos, vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Santarém, "retomamos esta frase para desafiar as pessoas a ver as montras do Centro Histórico, visitar as lojas abertas e recordar através das imagens as que estão fechadas, levando mais pessoas ao Centro histórico e consequentemente apoiar o comércio local". O vereador refere ainda que "o desafio de hoje é o inverso. "Vamos ver as montras" é uma oportunidade de redescobrir o centro histórico como espaço de vivencias múltiplas e a sua oferta comercial, como de excecional qualidade".
Este é o resultado de um trabalho de pesquisa dirigido por José Raimundo Noras, recuperando uma popular expressão muito usada há cerca de meio século pelas pessoas com menos posses, as quais esperavam que as lojas fechassem para ir ver as montras, não se comprometendo, desta forma, com o comerciante.
Para além dos constrangimentos económicos, muitos outros habitantes fizeram do passeio noturno pelo centro histórico um verdadeiro ritual que se repetia semanalmente, ou mesmo diariamente. Afinal, havia sempre novidades nas centenas de montras decoradas que então dominavam o coração do comércio da cidade.
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