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Presépio tradicional numa garagem da Póvoa de Santarém
17-12-2016

Um dos maiores presépios tradicionais do Ribatejo renasce todos os anos durante a quadra de Natal numa garagem da Póvoa de Santarém. Abriu ao público no passado dia 4 de Dezembro e pode ser visitado até ao dia 8 de Janeiro, na Rua da Liberdade, junto à Estrada Nacional 3, a cerca de cinco quilómetros da capital de distrito.

Basta um primeiro olhar para se constatar que este não é um presépio convencional. Junta no mesmo local cenários da região ou recria práticas e costumes de outros tempos. “Sempre gostei de um presépio diferente”, diz Eurico Ribeiro, 55 anos, electricista aposentado e antigo presidente da junta de Freguesia local, responsável pela criação da maioria das 400 figuras de terracota e de todas as construções.

“Passo grande parte do ano a fazer figuras para o presépio”, revela Eurico, que diz não conhecer nenhum outro no Ribatejo “com esta variedade, esta dimensão e com estes pormenores”. Para a construção dos edifícios, “tiro fotos, amplio, passo para a madeira e pinto, mas dá muito trabalho imitar a pedra”, explica.

A montagem do presépio começou este ano a meio de Novembro. Foram necessárias cerca de 12 caixas de musgo, “cada vez mais difícil de encontrar na zona do Ribatejo”, para além de muito cascalho, areia e pedras. Contou com o apoio da esposa Isabel e dos filhos, Samuel e Daniel, que ajudam na montagem da estrutura que suporta o presépio, na electrificação ou na escolha da música natalícia que anima o ambiente na pequena garagem, e que todos os anos obriga à retirada do automóvel da casa.

Num presépio que cresce anualmente, a tradicional sagrada família surge em primeiro plano, mas destacam-se igualmente vários cenários que recriam monumentos, locais e costumes associados ao Ribatejo. Da capital de distrito, Santarém, há reproduções da simbólica Torre das Cabaças, Convento de S. Francisco, Capela do Monte ou das freiras do antigo Convento de Santa Clara, empenhadas no fabrico dos tradicionais doces Celestes sob olhar a atento do conhecido Padre Cruz, imagem de compra colocada por sugestão de um amigo.

Há também recriações do quotidiano dos avieiros do rio Tejo - as primeiras figuras que criou - a Festa dos Tabuleiros de Tomar, as salinas de Rio Maior ou de lugares tão comuns como a barbearia, o talho, a padaria ou a mercearia. De trabalhos rurais, existem quadros com a apanha da azeitona, a tosquia das ovelhas, a ordenha das vacas ou a matança do porco. Uma presença obrigatória no presépio da família Ribeiro, são as inevitáveis figuras do ‘cagão’ e do’ mijão’, perfeitamente dissimulados no cenário.

Paixão de infância

Eurico Ribeiro manteve ao longo dos anos o gosto pela criação e pela montagem de presépios, uma paixão alimentada desde os tempos de infância. Já adulto, “chegaram a dizer-me que já era grandito, que os homens não fazem presépios”, lembra. Num ano em que tentou parar, apenas conseguiu resistir até uns escassos dias antes do Natal.

Desde cedo, o presépio de Eurico suscitou curiosidade entre os vizinhos e recebeu os primeiros pedidos para visitas. Começou por abrir a porta de casa ou deixar espreitar o presépio através dos vidros das janelas, mas já pensava em encontrar um local onde “as pessoas pudessem ver e usufruir do meu trabalho”.

Há cerca de 20 anos, decidiu que estava na altura do presépio crescer para fora de casa e ficar à disposição dos visitantes. O primeiro contou com cerca de 40 figuras. Após anos em que recorreu a imagens tradicionais compradas em Santarém ou em Tomar, “comecei a fazer figuras que não havia. Normalmente, são sempre as imagens da cabana, os pastores, os reis magos, as lavadeiras e pouco mais”, reconhece.

Depois de um período em que comprava e cozia o barro em Muge, Salvaterra de Magos, sentiu necessidade de obter formação, apesar de ter começado na moldagem do barro “por volta dos 10 anos de idade”. No norte do país frequentou o atelier do ceramista Delfim Manuel, em Santo Tirso, apontado como “um dos maiores presepistas” de Portugal. “Antes pensava que uma figura de barro tinha de se começar e acabar naquele dia. Aprendi que há técnicas em que uma figura pode levar semanas ou meses a fazer. Se olhamos para as figuras verificamos como tem sido a minha evolução neste percurso, não tinha qualquer conhecimento”, confessa.

Entre as centenas de figuras e dezenas de cenários, não tem grandes preferências, mas destaca a sagrada família. No geral, aponta, “gosto de tudo o que está aqui, no fundo são coisas feitas do coração que nos dão sempre um grande entusiasmo”. Na criação da sagrada família diz ter tido “algum receio, para além de ser a parte principal, tem que ser feita com alguma dignidade”. Ainda assim, arriscou um pouco: “fiz uma nossa senhora de carrapito, um penteado diferente da habitual figura de cabelos compridos. Talvez para o ano faça uma com tranças”, adianta.

Sem qualquer registo, Eurico desconhece quantos visitantes recebe anualmente, mas sabe que a afluência tem vindo a crescer. Terá ajudado algum destaque na imprensa nacional e uma ida ao programa televisivo de Fátima Lopes. Entre as memórias que guardou, recorda o caso de “uma senhora já de alguma idade, da zona do Cartaxo, que "depois de estar aqui perto de uma hora, pediu autorização para rezar uma oração. Há coisas que a gente não esquece, esta foi uma delas”.

Texto: Carlos Quintino

Fotos: Nelson Monteiro Magalhães

 

 

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